domingo, 30 de maio de 2010

FLÁVIO DE CARVALHO - AGIR PARA CONHECER



Eficácia 1927 - projeto do Palácio do Governo do EStado de São Paulo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mario Zanini



Zanini, Mário (1907 - 1971)
Integrante do Grupo Santa Helena. Pintor, decorador, ceramista, professor. Aos 13 anos, inicia curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Trabalha como letrista na Companhia Antarctica Paulista, entre 1922 e 1924. Em 1924, matricula-se no curso noturno de desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo - Laosp, que conclui em 1926. Conhece Alfredo Volpi em 1927 e no ano seguinte estuda com o pintor Georg Elpons. Trabalha no escritório de decoração de Francisco Rebolo entre 1933 e 1938. Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins e Clóvis Graciano. Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena. Em 1940 recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes - SNBA e é convidado por Rossi Osir a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte. Sua primeira exposição individual acontece em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo. Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. Ensina gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos em 1958. A partir de 1968 leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Sua família doa 108 de suas obras ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP em 1974.

Mario Zanini



Por: Conceição Brito

Mario Zanini



Conceição Brito

Mario Zanini



Pro: Conceição Brito

Clube dos Artistas Modernos - CAM

Histórico

O Clube dos Artistas Modernos - CAM é criado em 24 de novembro de 1932, um dia depois da fundação da Sociedade Pró - Arte Moderna - SPAM. As duas agremiações artísticas formadas na cidade de São Paulo expressam, antes de mais nada, o êxito do associativismo como estratégia de atuação dos artistas na vida cultural do país ao longo da década de 1930. E sinalizam uma atitude de independência em relação às instituições existentes no período, por exemplo, a Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Tributários das conquistas estéticas do modernismo, os grupos dialogam de formas distintas com esse legado recente. A Spam, capitaneada por Lasar Segall (1891 - 1957), tem como principais integrantes as figuras do primeiro modernismo, parecendo filiar-se mais diretamente aos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. O CAM, por sua vez, liderado por Flávio de Carvalho (1899 - 1973), se afirma pela marcação de distâncias em relação à Spam, tentando fazer valer um tom mais autônomo, mais irreverente e "menos elitista" em suas atividades e realizações. Como afirma provocativamente Flávio de Carvalho: "Detestamos elites; não temos sócios doadores".

O primeiro andar do edifício da rua Pedro Lessa, 2 - na parte baixa do viaduto Santa Ifigênia -, é escolhido como a sede social do clube, local onde se realizam festas, concertos, exposições e palestras, e se encontram uma biblioteca e um bar. Não por acaso no mesmo prédio funcionam também os ateliês de Antonio Gomide (1895 - 1967), Carlos Prado (1908 - 1992) e Di Cavalcanti (1897 - 1976), parceiros na aventura de criação do CAM. A idéia de constituição do grupo surge no salão de chá do antigo Mappin, na praça do Patriarca, centro da cidade, lembra o historiador Paulo Mendes de Almeida, onde estavam, além dele e de Flávio de Carvalho, Arnaldo Barbosa (1902 - 1981) e Vittorio Gobbis (1894 - 1968). O espírito da associação é promover intercâmbios entre diversas artes, estimular debates, divulgar novas criações e defender os interesses da classe artística. Do conjunto de suas realizações depreendem-se um forte engajamento político e social, simpatias em relação à experiência soviética e a crítica cerrada ao Estado e à Igreja brasileiros. Mas tudo isso regado a festas e diversão. O dia da inauguração do CAM evidencia o caráter festivo e teatral que marca os eventos da entidade. Antonio Gomide, Carlos Prado, Di Cavalcanti e Flávio de Carvalho pintam grandes painéis que decoram o salão. A cantora Nair Duarte Nuque traz um imenso bolo que é degustado entre gritos e cânticos. Enquanto isso, o compositor Frank Smith serve vodca com pimenta aos convidados, provenientes dos mais diferentes setores da vida artística e intelectual do país. Essa diversificação de público e propósitos marca as atividades do CAM: exposições de arte - entre elas, uma mostra gráfica da expressionista alemã Käthe Kollwitz (1867-1945), e outra de cartazes russos -; recitais de música erudita e popular - concertos de Camargo Guarnieri (1907 - 1993), Lavínia Viotti, Elsie Houston e Marcelo Tupinambá -; conferências - de Caio Prado Jr. (1907 - 1990) recém-chegado da então União Soviética, de Jorge Amado (1912 - 2001) sobre a vida nas fazendas de cacau, de Tarsila do Amaral (1886 - 1973), sobre arte proletária, do mexicano David A. Siqueiros (1896 - 1974) etc.

O CAM, essa "invulgar instituição" como quer P. M. de Almeida, funciona como um espaço de encontro e de manifestações culturais, com grande vocação crítica e anárquica. Vocação, aliás, característica das atuações de Flávio de Carvalho. O tom anticlerical e de crítica aos valores burgueses orienta a encenação do Bailado do Deus Morto, em novembro de 1933, no CAM, primeiro espetáculo ligado ao Teatro da Experiência, concebido por Flávio de Carvalho como amplo e variado laboratório de pesquisas. O espetáculo, espécie de teatro-dança, combina tendência expressionista, elementos da tragédia clássica e efeitos plásticos na montagem, colocando ênfase mais na ação cênica que no texto dramático. Os atores - Hugo Adami (1899 - 1999), Carmem Melo, os sambistas Risoleta e Henricão, Guilhermina Gainor e Dirce de Lima - encenam uma narrativa alegórica que tematiza as relações dos homens com seus deuses. Após três exibições da peça, o teatro é fechado pela polícia. A censura e as dificuldades financeiras levam ao encerramento das atividades do CAM, no fim de 1933, a despeito das manifestações de apoio que recebem de artistas e intelectuais expressivos no momento.


Postado por: Bárbara Teófilo

Grupo Santa Helena

Sem Programas preestabelecidos, o Grupo Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas. Utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo Edificio na Praça da Sé, São Paulo, apartir de meados de 1934.
Obra de Mário Zanini-composição com figuras-1958
Por: Conceição Brito
Postado por: Alcié Souza

Francisco Rebolo


Rebolo nasceu em São Paulo, em 1902, quinto filho de uma família de imigrantes espanhóis. Antes de dedicar-se à pintura artística, realizou pinturas decorativas em residências e igrejas e foi jogador de futebol - entre outros clubes, jogou no Corinthians, pelo qual foi campeão em 1922 e para o qual, anos depois, desenhou o brasão definitivo.
Além da obra reproduzida na capa e de desenhos e gravuras reproduzidos ao longo do relatório, uma pequena amostra da pintura de Rebolo foi reunida em um caderno especial na publicação e em uma apresentação feita para a internet. Reproduções em tamanho natural estão expostas na sede da FAPESP.
A seleção procura mostrar - dentro de uma vasta obra construída em 46 anos de carreira - as quatro fases do artista. A primeira, caracterizada pela pintura de paisagens feitas ao ar livre nos arredores de São Paulo, naturezas-mortas, composições com figuras e personagens, retratos e auto-retratos, vai de 1932 a 1947.
A segunda, de 1947 a 1960, caracteriza-se por uma pintura mais geométrica e racional. Na terceira fase, de 1960 ao começo dos anos 1970, predomina no artista a preocupação com a pesquisa de novos materiais, novas técnicas e texturas. Na quarta fase, na década de 1970 e até a sua morte, em 1980, há o retorno ao pincel e ao colorido luminoso.
Com Rebolo, a FAPESP inicia um projeto de homenagear, a cada ano, na edição de seu relatório, um artista paulista. A Fundação agradece ao Instituto Rebolo a colaboração na realização desse projeto.









Sociedade Pró-Arte Moderna - Spam (Denise M.)

Sociedade Pró-Arte Moderna - Spam

RESUMO:
A Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) foi uma instituição brasileira nascida em São Paulo, em 1932, logo após o Movimento Constitucionalista que, seguindo a trilha aberta pela Semana de Arte Moderna, propunha-se, entre outras finalidades, a promover manifestações artísticas orientadas para o modernismo brasileiro.

Nasceu pode-se dizer de modo espontâneo, do consenso de alguns poucos que tinham em mente a modernização da arte, em suas diversas manifestações, na cidade de São Paulo. Em 23 de novembro de 1932, após prévios entendimentos, reuniram-se os idealizadores na casa do arquiteto Gregori Warchavchik e alí estabaleceram as bases da nova sociedade.

Oficialmente fundada em 22 de dezembro de 1932, seguindo uma idéia do poeta Mário de Andrade, a SPAM reuniu artistas brasileiros e personagens influentes da alta sociedade paulistana como (entre outros) Anita Malfatti, Paulo Prado, Lasar Segall, Camargo Guarnieri, Tarsila do Amaral, Hugo Adami, Rossi Osir, John Graz, Vittorio Gobbis, Wasth Rodrigues, Olívia Guedes Penteado, Sérgio Milliet, Menotti Del Picchia e Paulo Mendes de Almeida.[1]

As finalidades da SPAM eram várias: estreitar as relações entre os artistas e as pessoas que se interessam pela arte em todas as suas manifestações; promover exposições, concertos, conferências, reuniões literárias; organizar anualmente o mês da arte e instalar uma sede social.

Histórico

Uma carta de Mário de Andrade (1893 - 1945) a Lasar Segall (1891 - 1957), datada de 9 de fevereiro de 1931, permite apreender o espírito que redunda na criação da Sociedade Pró-Arte Moderna - Spam, fundada em 1932 na cidade de São Paulo. Diz o poeta e crítico: "... uma coisa que vai alegrar você - a quase realização daquela nossa velha idéia, lembra-se? - de um centro de arte moderna juntamente com d. Olívia Guedes Penteado e com outras algumas senhoras de nossa melhor sociedade; estou tentando dar a essa idéia uma forma palpável, útil. Creio que faremos para principiar uma espécie de club que se chamará 'Sala Moderna', na qual exporemos quadros, estátuas, livros e faremos ouvir musicistas, escritores exclusivamente modernos, nacionais e estrangeiros". Agrupamento de artistas de diversas áreas, afinados com o ideário moderno e modernista, e de setores da elite paulistana, com vistas a promover a arte em reuniões e festas (o que lhe confere um acentuado caráter mundano), eis o perfil do grupo definido em 23 de novembro, na casa do arquiteto Gregori Warchavchik (1896 - 1972), mas oficialmente criado em 22 de dezembro do mesmo ano, em uma reunião na casa da bailarina Chinita Ulmann. Dessas primeiras reuniões da Sociedade participam: Anita Malfatti (1889 - 1964), Paulo Prado (1869 - 1943), Lasar Segall, Camargo Guarnieri (1907 - 1993), Hugo Adami (1899 - 1999), Mário de Andrade, Mina Klabin Warchavichik, Rossi Osir (1890 - 1959), Tarsila do Amaral (1886 - 1973), John Graz (1891 - 1980), Regina Graz (1897 - 1973), Vittorio Gobbis (1894 - 1968), Wasth Rodrigues (1891 - 1957), Olívia Guedes Penteado (1872 - 1934), Antonio Gomide (1895 - 1967), Sérgio Milliet (1898 - 1966), Menotti del Picchia (1892 - 1988), Paulo Mendes de Almeida (1905 - 1986), Jenny Klabin Segall (1901 - 1967), Alice Rossi, entre outros.

Após a formulação dos estatutos e da eleição da primeira comissão executiva da entidade (em 27 de dezembro de 1932, na casa de d. Olívia), a Spam promulga os seus objetivos, em 1933, no catálogo da 1ª Exposição de Arte Moderna, por ela organizada e que reúne 100 obras de artistas modernos nacionais (de Anita, Tarsila, Segall etc.) e de nomes da arte moderna internacional, com trabalhos das coleções particulares de d. Olívia, Paulo Prado, Mário de Andrade, Samuel Ribeiro e Tarsila do Amaral. São exibidas aí obras de Pablo Picasso (1881 - 1973), Fernand Léger (1881 - 1955), Brancusi (1976 - 1957), André Lhote (1885 - 1962), entre outros. Ao apresentar a exposição, o grupo apresenta também a entidade, que visa "estreitar as relações entre artistas e pessoas que se interessam pela arte em todas as suas manifestações"; promover exposições, concertos, reuniões literárias e dançantes; realizar sorteio de obras entre os membros; e criar uma sede social que se torne um espaço de festas e exibições.

As festividades, tão enfatizadas nos documentos da Sociedade, são de fato seus pontos altos. O réveillon de 1932/1933, São Silvestre em Farrapos, dá visibilidade ao grupo, além de permitir arrecadar fundos. Os painéis que decoram as paredes são todos de autoria de Segall. Em fevereiro de 1933, um baile carnavalesco, também idealizado por Segall, O Carnaval na Cidade da Spam, é realizado no "Trocadero" (atrás do Theatro Municipal). O artista planeja e executa a decoração da festa, atento aos mínimos detalhes. O convite, com desenho de Segall e poema de Mário de Andrade, apresenta as atrações da cidade imaginária: "O circo de Spam! O monumento de Spam! O presídio de Spam! O jardim zoológico de Spam! Os restaurantes e quiosques de Spam!". "O circo", que abre o convite, dá título ao grande painel que cobre toda a parede de entrada do salão. Um hino (criado por Camargo Guarnieri) acompanha o cortejo na praça Pública da Spam, onde os participantes trajam fantasias concebidas por Segall, Esther Bessel, Jenny Segall e John Graz. Na madrugada, circula o jornal A Vida de Spam, dirigido por Mário de Andrade, Antônio de Alcântara Machado (1901 - 1935) e Sérgio Milliet (1898 - 1966). A festa pode ser vista como uma ampla criação coletiva, dirigida por Segall, que envolve pintura, música, literatura e esquetes teatrais.

O sucesso do evento permite o aluguel da sede, inaugurada em agosto de 1933, no quinto andar do palacete Campinas, na praça da República. Nesse espaço, o grupo organiza encontros musicais - com Francisco Mignoni, Fructuoso Viana e Lavínia Viotti - e conferências - Anita Malfatti, Procópio Ferreira (1898 - 1979), Hermes Lima, entre outros -, cria uma biblioteca com revistas de arte nacionais e estrangeiras, organiza sessões de desenho com modelo-vivo no ateliê. É na nova sede, em 1933, que a Spam promove a sua segunda exposição, desta vez com artistas do Rio de Janeiro como Candido Portinari (1903 - 1962), Di Cavalcanti (1897 - 1976) e Guignard (1896 - 1962). A necessidade de arrecadação de fundos para manutenção das despesas leva à organização de um segundo baile carnavalesco, mais uma vez projetado por Segall, Uma Expedição às Selvas da Spamolândia, realizado no amplo espaço do Rink São Paulo, antigo rinque de patinação. Colaboram na decoração: Anita Malfatti, Rossi Osir, Paulo Mendes de Almeida (1905 - 1986), Gastão Worms (1905 - 1967) e outros; a coreografia dos bailados exóticos fica a cargo de Chinita Ulmann e Kitty Bodenheim; a música, sob a responsabilidade de Camargo Guarnieri e Ernest Mehlich. Uma vez mais, realiza-se uma grande festa temática que envolve as diversas artes. Dessa vez, o motivo é a selva - animais insólitos, plantas tropicais, elementos da arte e da vida indígena. Alguns comentadores afirmam que Segall recria uma atmosfera mágica e alegórica inspirada no romance Macunaíma, de Mário de Andrade. Outros preferem insistir na manutenção do tom expressionista, utilizado na composição da cidade do primeiro baile, e da selva, neste segundo. O sucesso do baile não permite sanar as dívidas financeiras da entidade. Além disso, várias manifestações de repúdio aos "excessos" da festa tomam a imprensa. Fala-se também em dissensões no interior do grupo, que passariam, algumas delas, por uma cisão entre o "grupo dos grã-finos" e o dos "judeus". Todos esses fatores levam a que, em 1934, Segall - a "alma da Spam", segundo Paulo Mendes de Almeida - proponha a extinção da Sociedade.

A consideração das atividades da Sociedade Pró-Arte Moderna permite medir a temperatura artística da década de 1930, momento de "rotinização" dos ideais estéticos gestados em 1922, nos termos de Antonio Candido (1918).
A Spam remete a um contexto artístico marcado por tentativas de ampliação dos espaços da arte e da atuação dos artistas modernos, por meio da criação de grupos e associações. A Pró-Arte Sociedade de Artes, Letras e Ciências (1931) e o Club de Cultura Moderna (1935), no Rio de Janeiro, ao lado de agremiações paulistanas como o Clube dos Artistas Modernos - CAM (1932), o Grupo Santa Helena (1934) e a Família Artística Paulista - FAP (1937), são expressões do êxito do associativismo como estratégia de atuação dos artistas na vida cultural das duas cidades. Tributários das conquistas estéticas do modernismo, os grupos dialogam, cada qual à sua maneira, com esse legado recente. A Spam, capitaneada por Lasar Segall, tem como principais integrantes figuras do primeiro modernismo e parece filiar-se mais diretamente à pauta elaborada pelos organizadores da Semana de Arte Moderna.

Graciano, Clóvis (1907 - 1988)




Biografia



Clóvis Graciano (Araras SP 1907 - São Paulo SP 1988). Pintor, desenhista, cenógrafo, gravador, ilustrador. Reside em São Paulo a partir de 1934. Realiza estudos com o pintor Waldemar da Costa (1904 - 1982), entre 1935 e 1937. Em 1937, integra o Grupo Santa Helena, com Francisco Rebolo (1902 - 1980), Mario Zanini (1907 - 1971) e Bonadei (1906 - 1974) e outros. Freqüenta como aluno ouvinte o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938. Membro da Família Artística Paulista - FAP, em 1939 é eleito presidente do grupo. Participa regularmente dos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e, em 1941, realiza sua primeira individual. Em 1948, é sócio-fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Viaja para a Europa em 1949, com o prêmio recebido no Salão Nacional de Belas Artes. Permanece dois anos em Paris, onde estuda pintura mural e gravura. A partir dos anos 1950, dedica-se principalmente à pintura mural. Faz ilustrações de obras literárias, como o livro Cancioneiro da Bahia, de Dorival Caymmi (1914), publicado pela editora Martins, em 1947, e o romance Terras do Sem Fim, de Jorge Amado (1912 - 2001), pela editora Record, em 1987. Em 1971, assume o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. De 1976 a 1978, exerce a função de adido cultural em Paris. Ao longo de sua carreira permanece fiel ao figurativismo, com o predomínio de temas sociais.


Postado por: Bráulio Menezes

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Plano Piloto de Lúcio Costa

Da esq. para dir. Niemeyer, dois anônimos, Israel Pinheiro, Lúcio Costa e Jk


O Plano Piloto de Lúcio Costa para a construção de Brasília é a idéia geradora e caracteriza o esboço inicial que resultou no Plano Urbanístico da Capital Federal. A construção da nova capital do Brasil é obra do presidente Juscelino Kubitschek, que fez dela um símbolo de sua política de valorizar a totalidade do espaço brasileiro, a expansão industrial e as grandes obras. O urbanista Lúcio Costa venceu o concurso da escolha do Plano Piloto. O arquiteto Oscar Niemeyer foi nomeado pelo presidente para ser diretor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil-Novacap.


Segundo Lúcio Costa, o Plano Piloto de Brasília refere-se a um gesto primário, formando uma cruz. Para o arquiteto Leon Pressouyr, ele evoca "(...) um pássaro gigante voando para direção sul-leste. O eixo norte-sul, encurvado, define o traçado de uma larga via de comunicação itinerária, ao longo da qual se alinham as zonas residenciais, articuladas em superquadras. Cada uma tem uma semi-autonomia graças a seus espaços comerciais e de lazer, espaços verdes, escolas, igrejas, etc."


O parecer do relator do Icomos, Leon Pressouyr, recomendou a aprovação de Brasília como Patrimônio Histórico, Cultural, Natural e Urbano, aclamada em 1987. Lembrou ele que ali se encontram os princípios urbanísticos do século XX, inclusos na Carta de Atenas (1943), e na maneira de pensar o urbanismo nos escritos de Le Corbusier.


A área do Plano Piloto para Brasília é delimitada a leste pela orla do Lago Paranoá, a oeste pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento - EPIA, ao sul pelo Córrego Vicente Pires e ao norte pelo Córrego Bananal, conforme o artigo 2º do Decreto nº 10.829/87. Esta área abrange as cidades de: Brasília, Cruzeiro e Candangolândia.

Maquete do Plano Pilto de Brasília, localizada no Espaço Lúcio Costa, que por sua vez fica no subsolo da Praça dos Três Poderes. Em primeiro plano vê-se a Asa Sul. Ao fundo, à direita, a Esplanada dos Ministérios.

Fonte: http://www.scipione.com.br/educa/galeria/09_phb/foto14.htm#

Por Antony Franco